Hoje, escrever dói.
Dói porque é real: Ozzy Osbourne morreu.
Mesmo com toda a sua história marcada por excessos, quedas e ressurgimentos quase milagrosos, a gente sempre achou que Ozzy fosse eterno. Como se ele fosse imortal. Como se sua voz, suas expressões insanas e sua presença nos palcos fossem uma espécie de pacto com o universo — um que jamais seria rompido.
Mas chegou o dia.
O dia em que o Crazy Train parou.
O som que mudou tudo
Ozzy não foi apenas o vocalista do Black Sabbath. Ele foi o criador de um universo.
A primeira vez que alguém ouviu “Black Sabbath” (a música), sentiu algo diferente: medo, arrepio, fascínio. A voz dele não vinha pra agradar. Ela vinha pra provocar, romper e transformar.
Nos anos 1970, com o Sabbath, Ozzy deu rosto e som ao que o mundo ainda nem entendia como “heavy metal”.
E mesmo depois, em carreira solo, ele se reinventou. “Crazy Train”, “Mr. Crowley”, “No More Tears”, “Mama, I’m Coming Home” — músicas que não só fizeram história, como criaram legiões de fãs no mundo todo.
Inclusive aqui, comigo.
Um personagem real (e humano demais)
Ozzy não foi um herói perfeito.
Ele foi um humano real — vulnerável, exagerado, perdido, genial. Alguém que falhou e renasceu várias vezes. Que riu da própria escuridão. Que fez reality show, virou meme, mordeu morcego no palco e, ainda assim, continuou sendo uma das almas mais intensas e verdadeiras do rock.
Ele era o caos com coração.
E talvez por isso tanta gente se identificava com ele.
A gente via no Ozzy o reflexo das nossas imperfeições.
E a coragem de transformá-las em arte.
Não é só música, é legado
L
Ozzy era mais do que um nome no line-up de festivais.
Ele era um estado de espírito.
Quem já gritou o refrão de “Paranoid” em um show sabe do que eu estou falando.
Quem chorou ouvindo “Dreamer” sozinho no quarto também entende.
O legado dele não está apenas nos álbuns e premiações — mas em cada adolescente que aprendeu a se expressar sem medo, em cada adulto que nunca abandonou o preto, em cada fã que entendeu que pode existir poesia até nas trevas.
Ele partiu… mas nunca vai embora
Ozzy nos ensinou que a escuridão não é o fim — é só mais um palco.
Hoje ele descansa. Mas sua voz continua ecoando.
Nas playlists, nos riffs, nas tatuagens, nos gritos, nas lembranças.
E mesmo que o corpo tenha partido, a alma do rock nunca morre.
Obrigado, Ozzy.
Por existir.
Por resistir.
Por transformar nossa dor em barulho.
E nosso barulho em amor.
Rest in power, Prince of Darkness.
We’ll see you on the other side.